Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Mollinedia argyrogyna Perkins LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Massimo Giuseppe Bovini

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Amplamente distribuída na região Sudeste do Brasil, ocorre em unidades de conservação (SNUC) e bem representada em herbários.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Mollinedia argyrogyna Perkins;

Família: Monimiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Bot. Jahrb. Syst. 27: 661. 1900. Nome popular: "Corticeira" (Peixoto, 2002).

Potêncial valor econômico

Planta utilizada popularmente para fins medicinais (Peixoto, 2002).

Dados populacionais

Em análise estrutural de três fragmentos florestais na Reserva Biológica Poço das Antas, no estado do Rio de Janeiro, M. utriculatus está representanda por apenas 1 indivíduo nos dois fragmentos onde possuiu amostragem, o fragmento II (6,65ha) onde as parcelas totalizaram 5.750m², e o fragmento III (9,34ha) onde as parcelas totalizaram 6.500m² (Pessoa; Oliveira, 2006). Em levantamento realizado em uma floresta estacional semidecidual, no município de Viçosa, foram amostrados 2 indivíduos em uma área de 1ha (de Paula et al., 2004).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Peixoto, 2012; CNCFlora, 2011).

Ecologia

Caracteriza-se por árvores de 6-15 m de altura; coletada com flores em agosto e setembro e com frutos de dezembro a abril (Peixoto, 2002); tolerante à sombra, com síndrome de dispersão zoocórica (Borgo et al., 2011); polinização entomófila; dióica (Peixoto, com. pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Observações: Considerada uma espécie de Baixo Risco (LR/NT) (IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 08 March 2012).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação (SNUC): Reserva Biológica Augusto Ruschi e Parque Natural Municipal de São Lourenço, no estado do Espírito Santo, Parque Nacional do Caparaó, RPPN Mata do Jambreiro e Parque Estadual do Rio Preto, em Minas Gerais, Reserva Ecológica de Macaé de Cima e Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, no Rio de Janeiro, Estação Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba e Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

Usos

Referências

- PEIXOTO, A.L. Mollinedia argyrogyna in Monimiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010072>.

- PEIXOTO, A.L. Monimiaceae (Mollinedia). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP-Hucitec, p.192-202, 2002.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac, 2003.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- PEIXOTO, A.L. Mollinedia argyrogyna in IUCN Red List of Threatened Species 2011.2. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org>. Acesso em: 08/03/2012.

- PESSOA, S.V.A.; OLIVEIRA, R.R. Análise estrutural da vegetação arbórea em três fragmentos florestais na Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil., Rodriguésia, Rio de Janeiro, v.57, p.391-411, 2006.

- BORGO, M.; TIEPOLO, G.; REGINATO, M. ET AL. Espécies arbóreas de um trecho de floresta atlântica do município de Antonina, Paraná, Brasil., Floresta, Curitiba, Universidade Federal do Paraná, v.41, p.819-832, 2011.

- LEITE, E.C.; RODRIGUES, R.R. Fitossociologia e caracterização sucessional de um fragmento de floresta estacional no sudeste do Brasil., Revista Árvore, Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, v.32, p.583-595, 2008.

- DE PAULA, A.; SILVA, A.F.; JÚNIOR, P.M. ET AL. Sucessão ecológica da vegetação arbórea em uma Floresta Estacional Semidecidual, Viçosa, MG, Brasil., Acta Botânica Brasilica, v.18, p.407-423, 2004.

- PEIXOTO, A.L.; GONZALEZ, M. Monimiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.346-347, 2009.

Como citar

CNCFlora. Mollinedia argyrogyna in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Mollinedia argyrogyna>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 18:01:25